Mulher solteira não procura

Uma discussão filosófica (hein?) sobre mulheres que são solteiras no papel, e não prentendem mudar tão cedo. Antes que alguém pergunte, a gente namora sim, mas não estamos casadas, exceto a Playmobil que já migrou pro lado de lá!!!!

17 abril 2006

She is alive!!!

Bem, ja que a Lôca optou por uma abertura "pro forma" iniciarei nossa conversa propriamente dita, espero que ninguém se ofenda mas, caso aconteça....foda-se - é o lema.
Ok, sou uma mulher de 28 anos, solteira, heterossexual, sem vícios ilícitos, independente financeiramente, com curso superior (até com pós, se querem saber), excelente nível de conhecimentos gerais, me acho atraente e sou considerada inteligente até um pouco acima do nível médio. Tenho amigos legais e de nível intelectual bastante elevado. Não tenho preconceito algum com nada nem ninguém, se o preconceito em mim existe ele está muito bem escondido no meu subconsciente.
Cuidar da vida alheia é o esporte preferido do ser humano desde que o mundo é mundo, é um tipo de ginástica passiva – as pessoas adoram malhar...alguém.
Quando nos dispomos a assumir, em nossa descrição pessoal a qualificação de solteira, temos que ter exatamente em mente em que categoria de solteira nos incluímos – é a parte mais importante: o diagnóstico. Eu, particularmente sou uma solteira por opção. Moro sozinha e amo estar só. Adoro a possibilidade de dormir com a televisão acesa a noite toda, ficar de edredom mesmo nos dias mais quentes de verão, amar assistir ao DVD da Tina Turner dez mil vezes caso eu queira, ler até tarde, tomar água direto da boca da garrafa, ir ao banheiro (fazer o que quer que seja) de porta aberta, pendurar minhas calcinhas lavadas na porta do Box enfim, a liberdade dentro da própria casa, sem limites. Eu poderia citar várias outras coisas, mas também não quero que esse blog pegue mal para mim.
Simplesmente não consigo me imaginar casada, não estou descartando esta possibilidade em absoluto, mas talvez esta seja uma realidade para a qual eu não esteja preparada nos próximos dez anos e não quero, de jeito nenhum, ser taxada com uma estranha na sociedade. Fico pensando se as feministas não queimaram seus soutiens nos anos 70 para que hoje eu pudesse ser uma solteira sem sofrer preconceitos. Tadinhas! Não funcionou, as pessoas continuam me olhando tortamente. Toda vez que penso isso fico lembrando da mãe de uma de minhas melhores amigas que repete loucamente que na nossa idade ela não só já era casada, como também já tinha os três filhos, não sei se ela fala isso para nos encorajar a casar ou com uma ponta de inveja porque somos livres.
Outro dia disse para minha mãe que simplesmente não sentia a menor vontade de casar, ela já veio com a famosa frase – o temor da maioria das mães: “vai juntar?” Não, também não quero juntar, a co-habitação é na verdade o que mais me assusta no casamento. A possibilidade de ter minha liberdade cerceada depois de tê-la alcançado tão dificilmente, porque, não sei para a maioria das leitoras, mas a minha saída de casa para um apartamento sozinha foi deveras traumática. Minha família queria que eu mostrasse um motivo convincente, mas ele não existia, quer dizer, existe sim e é um argumento bem velhinho, eu simplesmente queria “o meu espaço”. E, olha, como sou feliz no meu espaço. Existiu quem dissesse que a solidão é muito triste e tal, coisa nenhuma! O fato de eu estar sozinha em um apartamento não quer dizer em absoluto que eu me sinta só sentimentalmente ou coisa parecida. Muito ao contrário! Encontrei uma pessoa maravilhosa dentro de mim e, para desespero dos demais, reafirmei ainda mais a minha vontade de estar solteira.
É claro que existem outros “Eus” na vida, existem muitas pessoas felizes na sua qualidade de solteira que, de tanta insistência externa criaram verdadeira ojeriza a qualquer tipo de relacionamento, já vi até o surgimento de alguns assexuados neste processo.
Sabe aquela sua amiga a quem você sempre tenta apresentar o cara mais legal da turma e ela foge como “o diabo da cruz”? Pois bem, essa pode ser uma pessoa bem resolvida enquanto solteira, mas traumatizada pela cobrança alheia – isso é muito sério. A pessoa passa a achar que não pode ter nenhum tipo de relacionamento amoroso que isso acarretará em uma cobrança, porque, uma coisa é certa, namore um ano e verás que todo mundo vai cobrar um casamento.
Nossa, quantas vezes já ouvi a frase “e o casamento? Quero ir à festa, hein?”. Respondo de pronto que festa é o que não falta, ninguém morrerá sem festa se meu casamento não acontecer, ora bolas.Bem, como introduzi acima, vamos começar a diagnosticar as solteiras:
a) Solteira sim, e daí? – este é o meu tipo. Eu sou solteira, feliz, posso ter um relacionamento maravilhoso, mas simplesmente não quero casar! Saio sozinha me acompanho bem a uma festa e a pessoa que tem um relacionamento comigo, tem que estar preparada para enfrentar o tipo de independência que eu não só tenho como preciso para ser feliz. Como eu existem muitas por aí, me atrevo a dizer que o nosso tipo é o mais discriminado, porque não temos vergonha de sermos felizes solteiras, não temos medo de dizer que queremos permanecer solteiras e somos até capazes de fazer piadinha com isso incomodando muita gente. Temos muitos amigos homens e gays;
b) Solteira traumatizada – foi a que eu introduzi acima, a pessoa está solteira, está feliz, mas como a possibilidade de arranjar um relacionamento pode causar-lhe uma pressão externa indesejável, ela simplesmente se abstém de sequer pensar na possibilidade de um simples namoro. Este tipo de solteira costuma sair com outras amigas solteiras, pessoas mais velhas e os únicos tipos de homem com quem convivem são três: o colega de trabalho, o parente e os namorados das amigas. Normalmente estão impecavelmente vestidas e são bem cuidadas como nenhuma outra, seriam excelentes casadoiras e os homens as desejam – para seu maior desespero;
c) Solteira andrógina – essa rola demais! Ela é solteira e é feliz, como não quer se amarrar com ninguém só anda com amigos gays, vive em raves e barzinhos alternativos, de vez em quando pega alguém na noite, mas nada que dure mais do que aquela noite específica. De tanto andar com gays ninguém consegue discernir se ela é gay também ou não, e ela pouco se importa com isso. Aliás, de vez em quando até pega um gay só pra distrair. São as mais intelectuais de todas, sabem de todas as festas, de todos os lançamentos em roupas, fazem críticas de filmes alternativos e sabem todas as músicas daquela bandinha hype que você nunca ouviu falar na vida – dominam o travequês fluentemente;
d) Solteira por indecisão pessoal – existe um tipo de solteira que gosta de ser solteira, mas não sabe disso. Esse tipo de solteira, via de regra, não está muito feliz consigo. É aquele tipo que vive na Net atrás de conhecer gente nova, diz que está namorando depois de encontrar com o cara apenas três vezes na vida e pega o buquê em todos os casamentos. Ela gosta de ser solteira, mas tenta casar para agradar alguém (normalmente os pais). Este tipo é o que mais pega homem de todas elas, além do fato de realmente deixá-los apaixonados, mas pode ser uma orelha que seja, ela arranja um defeito e parte pra outro.
e) Solteira caçadora – é o que eu chamo de solteiras “just for fun”. Ela sai na noite pra pegar mesmo e não está ligando para quem se incomode com isso. Podem ser excelentes profissionais, mulheres inteligentes, mas querem somente aventuras que, se evoluir para o sexual melhor ainda. Normalmente ela sai ou com outras caçadoras ou com amiguinhas bem feias que possam dar destaque a ela. Quando arranjam um relacionamento este não se mantém por mais de três dias ou até a próxima festa – o que acontecer primeiro.
f) Solteira travada – a solteira travada convive com todo o tipo de solteiras existentes na terra e não liga de sair com casais estando ela sozinha. A maioria dos seus amigos são homens e eles a tratam de igual para igual. Nas festas ela nunca fica com ninguém e não dão a mínima para isso. Algumas delas nunca tiveram um namorado, o que nunca lhes fez falta também. Este tipo de solteira tem sempre uma fiel escudeira solteira que pode ser do tipo caçadora ou traumatizada, mas não se assuste se for qualquer outro tipo, ela se dá bem com todas como eu disse. Normalmente este tipo de solteira casa-se e descobre que o que gostava realmente era de ser solteira, mas, como boa travada, continua casada até a morte. É aquela sua tia, sabe?
Calma, não precisa ficar preocupada se você se enquadrou em mais de um tipo de solteira, isso acontece nas melhores famílias! Na minha, por exemplo, aconteceu, acontece, deixa pra lá. O importante é que antes de tomar uma decisão como solteira convicta, você precisa se identificar e assumir uma posição de uma vez por todas, afinal, somos todas bem resolvidas e temos o mesmo objetivo de toda a humanidade: sermos felizes a qualquer custo e sem fazer mal a ninguém – tudo bem, nem toda a humanidade pensa assim, mas deveria.Escrevi demais e voltarei com mais novidades depois.
A resposta é sim - eu vim para incomodar.

1 Comments:

  • At 12:02 AM, Anonymous Anônimo said…

    e ai solteiras como estão?
    a vida é bela!
    um lindo dia pra voces

     

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