Esta semana fiz 30 anos e concluí definitivamente que certos momentos só são marcantes se você estiver solteira. Não que meu aniversário não tenha sido legal e tal, mas quando se está solteira e faz-se 30, a tendência é achar que se passa a ser uma garota super poderosa – bullshit – sair dando pra todo mundo é algo que você já fazia antes.
Balzac falava de solteiras, com certeza.
A única real diferença entre os 29 e os 30 é que meu plano de saúde aumentou e eu já estou apta a usar um anti-rugas 30+ e não 20+ como antes.

Fui fazer meus exames de final de década e descobri que terei que tomar uma injeção no músculo glúteo para o resto da vida. A princípio fiquei mais preocupada com o trabalho que eu darei para quem for aplicar a injeção, haja vista a inexistência de um músculo glúteo em minha bunda, mas quando Loca me fez refletir que eu também não tenho músculo no braço me atentei ao fato de que ter 30 anos me dá o direito de ser flácida – direito este que venho exercendo desde que nasci. Não tenho do que reclamar, segundo Darwin já era para eu estar morta.

Por falar em morta, aproxima-se o passamento de Isadora – ocorrerá dia 25/04 às 06:30h da manhã. Para quem não sabe, Isadora é minha vesícula. Para a maioria das pessoas a vesícula é algo que não se notam e, para boa parte das pessoas, a vesícula só serve para produzir a bílis que é o que a gente vomita no final do final da chapação, mas no meu caso a vesícula é muito presente. Nós conversamos, ela se irrita comigo(entra na fila que a senha acabou), manifesta-se em momentos indesejáveis e por fim tive que batizá-la com um nome que gosto para podermos trocar uma idéia de vez em quando, e trocar uma idéia com ela é: eu como gordura – ela se irrita e mostra que tem cálculos – tomo buscopam – ela fica doidona e para de doer. Isso é um ciclo e quando ele se tornou insuportável o médico concluiu que eu e Isadora não fazíamos bem uma para a outra e foi decretado dia e hora para o fim de nossa nada harmoniosa convivência.

Para quem interessar possa: fiz um número novo para comemorar meus 30 anos e acredito que ofenderei várias de vocês, ou seja, segue a linha dos demais. Estou ensaiando.

Repercussão do momento: Caso Isabela. Não sei quem foi e não suporto pré-julgamento, mas o sensacionalismo em cima da dor alheia é gritante – pobre país e feliz do presidente cujas asneiras cederam lugar a esse fato trágico. Outro dia vi na Luciana Gimenes – OK, eu disse que estava recuperada das drogas – Marcelo Resende(do Cidade Alerta, sabe qual? “Motoboy é atropelado na Avenida Paulista(dã), o que? Problema da transmissão? Então me dá um seqüestro.”) e um perito em balística discutindo o caso. Gente, a criança foi asfixiada e jogada da janela, no que um perito em balística podia ajudar? Bem, mas os dois montaram uma maquete do prédio e simularam tudo o que aconteceu no dia, no final concluí que o assassino era o Marcelo Resende – que horror!

Minha sobrinha e afilhada me perguntou: “ – Tia, você teria coragem de me jogar daqui de cima?”
E eu respondi: - Você diz coragem ou vontade?

A maioria das crianças está altamente impressionada com isso, se você tem alguma criança por perto, tenha o discernimento de afastá-la da TV quando começarem a vender o sofrimento dos outros.

SEMPRE PRATIQUE A GENTILEZA.